A região de lafões
A Região de Lafões é um território do centro de Portugal, situado na região hidrográfica do Rio Vouga.
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A Região de Lafões é um território do centro de Portugal, situado na região hidrográfica do Rio Vouga. De Lafões fazem geograficamente parte os concelhos de Oliveira de Frades, Vouzela e S. Pedro do Sul, as freguesias de Cedrim e Couto de Esteves (do concelho de Sever do Vouga), Alva e Gafanhão (do concelho de Castro Daire) e parte das freguesias de Bodiosa e Ribafeita (do concelho de Viseu).
Possui esta região características próprias que a distinguem das regiões vizinhas. O geógrafo Amorim Girão considerou que ela constitui “um todo homogéneo, correspondendo a uma verdadeira região natural”.
Podemos dizer que “Lafões é uma formosa região que se esconde entre o Maciço da Gralheira e o Caramulo, cortada pelo rasgão do Vouga”, que, aproveitando fraturas naturais ou furando rochas, lá vai a caminho da Beira-Mar. Sem quebra da sua unidade geográfica, Lafões é uma região diversificada, a lembrar umas vezes o Douro, com culturas em socalco, outras vezes o verdejante Minho, não faltando até, nalguns lugares, a “vinha de enforcado”. O seu finíssimo vinho verde pede meças ao do Minho, sobretudo se a acompanhar a afamada vitela de Lafões ou o cabrito da Gralheira. Em algumas povoações caramulanas e do Maciço da Gralheira – Covas do Monte, Pena, Fujaco e outras – restam ainda, nas casas rurais, certos traços de primitivismo, que vão resistindo ao progresso.
Mas não há progresso que empobreça as belezas naturais de Lafões! E, se Lafões possui uma unidade geográfica, uma notável unidade histórica lhe corresponde. Quem percorrer a região sentirá, por toda a parte, os apelos da História.
Como chegar:
DE AUTOMÓVEL
A25 | Aveiro
Vindo de Aveiro pode entrar na região na saída de Oliveira de Frades
A25 | Vilar Formoso – Viseu – Vouzela ou S. Pedro do Sul
Vindo na A25 chegue a Viseu e saia na saída de S. Pedro do Sul ou siga mais uns Kms e saia para Vouzela
IP3 | Viseu – Vouzela ou S. Pedro do Sul
Com início num dos nós da A1, o IP3 percorre os distritos de Coimbra e Viseu.
Aprofundando:
Remontam a recuadas épocas pré-históricas os primeiros sinais de povoamento. Por toda a Região de Lafões, restam vestígios de populações neolíticas, que, sobretudo em pontos elevados de terras graníticas, construíam as suas habitações, inumavam os seus mortos em dólmens e mamoas e, nas pedras das encostas dos montes, gravavam sinais, provavelmente relacionados com os monumentos funerários. Ao lafonense Professor Amorim Girão pertence o primeiro levantamento dos monumentos pré-históricos da região. Regista 3 cavernas, 5 grutas, 18 antas, 10 antelas, 74 mamoas, 2 menires, 20 castros e 5 lajes com inscrições. Tudo quanto se conhecia em 1921, data em que publicou a sua dissertação de doutoramento. Trabalho utilíssimo, até porque, se alguns monumentos que regista podem ainda hoje ser observados, de outros mais não restam que apagados vestígios, quando não apenas o registo daquele investigador. Boa parte das povoações lafonenses, sobretudo nas zonas mais elevadas, tem a sua origem em castros ou encontram-se nas vizinhanças de algum reduto castrejo abandonado de que, por vezes, um topónimo é o que resta de tão recuados tempos. Alguns dos antiquíssimos castros foram abandonados e as populações desceram para os vales, sobretudo para as proximidades dos rios. Outros, porém, continuaram a ser habitados e eram-no, ainda, quando chegaram os romanos, de quem vieram a sofrer grande influência. São os castros romanizados. Como não podia deixar de ser, Lafões não escapou à ocupação romana. A região era sulcada por vasta rede de estradas, de que chegaram até nós alguns troços e pontes. A principal era a Estrada Romana Viseu-Águeda, que ficou conhecida por “estrada velha” e também por “estrada do peixe”, porque, por vários séculos, era frequentada pelos almocreves da sardinha. Atravessava a região a sul do Vouga e dela restam alguns troços em razoável estado de conservação, nos concelhos de Oliveira de Frades e Vouzela. Outra importante via era a estrada Viseu-Porto, mais tarde conhecida por “estrada dos almocreves”, que atravessava o Vouga em Pedro do Sul. Dela restam alguns troços, em Arcozelo, Massarocas, a ponte romana de Manhouce, classificada “Imóvel de Interesse Público”. Mas o mais importante vestígio deixado pelos conquistadores é o “Balneum” romano das Termas de S. Pedro do Sul (+ informações). Com a queda do Império Romano do Ocidente (476), a Região de Lafões passou a fazer parte do efémero reino suevo e, a seguir, do mais estável reino visigótico. Da fusão dos elementos germânico e românico, aglutinados pelo elemento religioso cristão, resultará uma população que, no século VIII, vai sofrer o embate da invasão muçulmana. Com o avanço da Reconquista cristã, sobretudo depois das conquistas de Fernando Magno a sul do Douro, incluindo Viseu, a Região de Lafões vai-se desenvolvendo populacionalmente. As populações rurais dispersam-se por “villas”, propriedades rústicas, granjas ou herdades, mais ou menos isoladas. Foram estas propriedades rústicas que, desenvolvendo-se e aglutinando-se, vieram a dar origem às primeiras povoações. Curiosidade: Até 1836, este território, conhecido também por Terra de Lafões e por vezes dito Alafões (grafia antiga: Alafoens), constituía um extenso concelho com 38 freguesias e cerca de 608 km². Tinha, em 1801, 29 458 habitantes. O concelho tinha duas sedes: Vouzela e São Pedro do Sul. Em 1836, o seu território foi dividido pelos actuais municípios.
Adaptado de:
“Património Histórico-Cultural da Região de Lafões” – A. Nazaré Oliveira.
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HISTÓRIA
O nome Alafões, de que nos documentos mediévicos se encontram tantas variantes — Alahoveinis, Alahobeines, Alafouenes, Alahoem, Alaphoen — deriva, segundo o Dr, David Lopes, de uma palavra árabe que significa «os dois irmãos», qualificativo dado a dois castelos fronteiros situados perto de Viseu.
as nossas termas
As Termas de S. Pedro do Sul são a principal estância termal de Portugal e uma das maiores da Península Ibérica. Abertas durante todo o ano, dispõem de dois balneários termais que dão resposta a diferentes valências: termalismo terapêutico, fisioterapia e bem-estar termal.
PERSONALIDADES DE LAFÕES
Temos e tivemos tanta gente que teve grande importância…