# PEDRA das FERRADURAS PINTADAS
Local: Benfeitas | Concelho: Oliveira de Frades
Algumas das primeiras referências de que dispomos sobre o sítio da “Pedra das Ferraduras Pintadas” devem-se a Aristides Amorim Girão (1895-1960), catedrático e director da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Localizado na povoação de Benfeitas, freguesia de Destriz, o arqueosítio é composto de uma rocha granítica com aproximadamente seis metros e meio de comprimento e três e meio de largura, em cuja superfície foram gravados diversos símbolos, já bastante esbatidos pela acção dos agentes de alteração e alterabilidade.
Apesar da profusão de motivos gravados e da sua notória densidade, parece não existir uma verdadeira intencionalidade compósita, sobressaindo as “covinhas”, os motivos em forma de ferradura (a designação pela qual a estação é conhecida), assim como pedomorfos dispostos isoladamente ou em pares, não tendo sido detectados, até ao momento, quaisquer indícios de que pudessem ter sido originalmente pintados, à semelhança do que sucede noutros arqueosítios da região, nomeadamente na “Anta pintada de Antelas”.
Muitas têm sido as explicações avançadas para as motivações da sua execução e, sobretudo, para o significado das figurações, cuja autoria as comunidades locais tendem quase sempre a atribuir à presença moura no actual território português, relacionando o sítio à existência de “tesouros encantados”, como sucede amiúde no interior de Portugal, nomeadamente em regiões onde proliferam monumentos megalíticos e, mais em concreto, dolmens. Para além destas efabulações, que atravessaram secularmente o imaginário europeu, alguns autores preferiram ver na simbologia utilizada em Destriz a força dos conhecimentos astronómicos das populações que os fixaram, uma tese contraposta por todos quantos pretendem interpretar a gramática gravada na sua superfície como parte integrante de um qualquer cerimonial funerário, onde se representasse, de forma estilizada, o corpo do defunto, neste caso materializado no símbolo da ferradura, uma ilação que carece de um suporte teórico bastante mais sólido e de exercícios de comparação muito mais abrangentes e aprofundados dos que têm sido realizados até ao momento.
[AMartins]